
Professor também aprende.
Tenho aprendido com o movimento estudantil que a democracia e o amor exigem esforço. Em pensamentos, atos e palavras. Essa geração tem o direito de continuar florescendo.
Compartilho coisas que li, vi e ouvi da maioria d@s noss@s estudantes nas últimas semanas.
(Também vi e ouvi algumas coisas entre o inacreditável e o abominável – desumanas, demasiado desumanas – mas a maioria tem consciência democrática e solidariedade na mente e no coração. É possível, SIM, ter esperança no futuro).
Há resistência, crítica, empatia, resistência democrática, defesa da vida.
“Pelo direito de andar AMADO.”
“Eu tenho porte de alma.”
“Armas, não. Artes, sim.”
“Sou a favor do porte de livros para todos os cidadãos.”
“Verás que o mito teu só foge à luta.”
“Candidato que não quer debater, se for presidente vai dialogar com o povo?”
“A gente precisa é de democracia para poder continuar discordando.”
“Se brincar com arma não incita a violência, por que vocês tem medo de menino brincando de boneca?”
“Se os Estados Unidos se uniram à União Soviética para derrotar os nazistas, você pode se unir a todos que defendem a democracia.”
“Ninguém precisa ser uma árvore para ser contra o desmatamento. Ninguém precisa ser negro para ser contra o racismo. Ninguém precisa ser gay para ser contra a homofobia.”
“Mito é quem encara o preconceito todos os dias e ainda consegue manter o sorriso no rosto. Quem incentiva a violência e armas na cintura para sentir coragem é covarde.”
“Quantos negros seu voto vai matar?”
“Se você ficar neutro em situações de injustiça você escolhe o lado do opressor.”
“O amor vencerá o ódio” (Talvez – talvez, tenham aprendido ou ouvido isso de algum professor…)
“Jesus não apoia racismo. Jesus não apoia violência. Jesus não apoia violência. Jesus não apoia preconceito.”
“Mestre Moa, presente!”
Elas e eles estão escrevendo a História da resistência democrática.
Por hoje, eu fico com a nobreza da resposta dessas jovens e desses jovens.
“Eu fico com a pureza da resposta das crianças/É a vida, é bonita e é bonita/Viver e não ter a vergonha de ser feliz…/Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz” (Gonzaguinha, 1982 – Álbum Caminhos do Coração).
*Nilton de Almeida Araújo é professor de História do Brasil, integrante dos Movimentos Antirracistas do Vale e membro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Juazeiro.